6.7.07

SBSR | Underworld dão pontapé de saída

O remate final no festival foi desferido pelos Underworld, que transformaram o recinto numa discoteca. Ao contrário do que se poderia esperar, muitos daqueles que acompanharam os concertos de Interpol e Scissor Sisters mantiveram-se firmes e hirtos no Parque Tejo, esquecendo que amanhã era dia de trabalho e entregando o corpo à dança.


Se há bom motivo para esquecer horários e obrigações, pode muito bem ser uma actuação dos Underworld: além de vibrante e extremamente dançável, a sua música tem laivos de melancolia e motivos melódicos em quantidade suficiente para fazer a ponte entre vários tipos de público.Também os três ecrãs gigantes, dispostos dos dois lados do palco e ao fundo do mesmo, ajudaram a criar envolvência, mostrando os três músicos em acção e várias imagens cuidadosamente seleccionadas. O arranque, lento mas seguro, foi acompanhado de árvores e flores, que com o avançar do tempo e o acelerar dos ritmos se transformaram em gráficos do jogo «paranoid», bolhas e demais animações vagamente psicadélicas.


De jaqueta brilhante, Karl Hyde é quem mais puxa pelos espectadores, mas o factor determinante para pôr grupos de amigos e indivíduos desacompanhados a dançar freneticamente são as batidas pujantes que o grupo debita em palco, como que concentrando várias facetas (disco, electro, rock) das bandas que, hoje, passaram pelo festival.



E nem seria preciso dizer isto: «Born Slippy». Quase no final, os Underworld revisitaram este irrepetível momento de visibilidade mainstream, atingida nos idos de 90 e transformada em marca geracional à conta da banda-sonora de Trainspotting.


Visivelmente feliz, Hyde cantou, saltou e celebrou com o público o nonsense de «mega mega white thing», naquele que terá sido o último grande momento da edição de 2007 do SBSR. O especial acaba por aqui, e só tenho de vos agradecer a todos, leitores, por lerem e estarem connosco, no 13ª Arte.


Informamos aqui também que, para futuras visitas a este especial, basta clicar no ícone SBSR na coluna da direita a qualquer momento.

Obrigado!

(Texto de Luís Guerra/Lia Pereira, adaptação de David Akired)

SBSR | É Interpol e basta!

Depois dos tons coloridos e brilhantes dos Scissor Sisters, os Interpol, a banda mais aguardada do derradeiro dia desta edição do Super Bock Super Rock, tomaram o palco e com eles trouxeram a imagem sóbria que lhes é caracteristica, vestidos de negro e de maneira formal, excepção feita ao vocalista Paul Banks, trajando de forma mais descontraida - t-shirt e gorro - ainda que nos mesmos tons.


E foi, nesses tons de melancolia nocturna que os Interpol foram desfilando o seu repertório num alinhamento que terá certamente feito as delícias dos fãs, trazendo muitos dos sucessos da banda à estreia nos palcos nacionais.




"Our Love To Admire", o novo álbum do colectivo, prestes a sair, também não foi esquecido e serviu para dar o arranque do espectáculo com a suave 'Pioneers To The Falls', de resto uma qualidade comum às novas músicas, onde o som das teclas se faz notar com alguma evidência. Igualmente em destaque, como não podia deixar de ser, os músicos que acompanham o cantor: o guitarrista, Daniel Kessler, o baixista, Carlos D, e o baterista, Sam Fogarino.



Conforme as diferentes canções, assim se sucederam ora em alternância ora em complementaridade os momentos de "virtuosismo" dos músicos, embora tivesse cabido a Kessler autoria de grande parte deles.



Parcos nos diálogos - os poucos foram da responsabilidade única de Paul Banks - os Interpol centraram toda a comunicação na interpretação dos seus temas, uma entrega sem grandes floreados adicionais às versões originais, mas quase exímia na execução. No fundo não mais do que os fãs estariam à espera. Assim, 'Slow Hands' e 'Evil' foram dos primeiros pontos altos do espectáculo, na qualidade de 'hits', a julgar pelos coros.

Antes disso, 'Rest My Chemestry' e 'Mammoth' foram apresentadas oficialmente por Banks, como umas das novas - mostrando uma vertente um pouco mais doce e melancólica do cantor.
'PDA', voltou a trazer a energia e a batida forte da bateria, como compasso de fundo da guitarra e do baixo, caracteristica das composições da banda, com Kessler a finalizar em grande o tema.
No regresso para o encore, que alguns temeram não vir a acontecer pela forma distante como os músicos sairam, os Interpol recuperaram 'NYC', fechando o concerto em beleza com 'Stella Was a Diver and She Was Always Down'.
Para aqueles que acharam que soube a pouco, Paul Banks saiu do palco relembrando que a banda regressa em Novembro, desta vez no Coliseu dos Recreios.