30.5.08

o 13ª arte mudou de casa!!

Benvindo! Está a aceder à versão 1.2 do 13ª arte, que expirou em Novembro de 2007.

Para aceder á nova versão do 13ª arte, já em actividade, visite o sítio www.13arte.pt.vu.

Obrigado e mantenha-se informado de toda a música, aqui, em Portugal!

6.4.08

mark knopfler no campo pequeno

Se há algo de diferente que Mark Knopfler reflecte em palco, é o facto de ser ele próprio: sem grandes euforias e com uma serenidade autêntica. Num Campo Pequeno lotado e quente, à espera deste senhor da guitarra, até o nome da praça deveria ser adaptado. O concerto começou sem demoras às 21:30 em ponto sem banda de abertura.


O ex-Dire Straits sobe ao palco acompanhado de uma explosão de palmas que aqueciam os ouvidos a quem estivesse lá no meio. Mark arranca os primeiros acordes de Cannibals, e, sempre num estilo calmo e de ambiente de café rock/blues vai fazendo a guitarra chorar em Why Aye Man e What it Is. Segue-se Sailing to Philadelphia, com direito a chuva de aplausos e True Love Will Never Fade, pela primeira vez tocado em Portugal e primeiro tema do último àlbum cria o primeiro momento profundo e ao mesmo tempo romântico da noite, com o público já quente e envolvido com a banda. The Fish and the Bird continua o momento romântico e dá um toque de euforia, juntamente com Hill Farmer's Blues, que preparam o ambiente para a primeira euforia da noite.


Nem é preciso começar a soltar os acordes, quando Knopfler saca da sua National Style 0 Resonator (e mesma da capa de "Brothers in Arms") brilhando por todos os lados da plateia e lugares sentados, o público abafa todo o espaço com aplausos e assobios: chega Romeo and Juliet e se o público já estava dentro do romantismo esta balada clássico veio para soltar as primeiras lágrimas aos mais sensíveis. Então Sultans of Swing foi o orgasmo total, com chuvas de asobios, aplausos e gritos ao fim de cada solo.


Marbletown, Daddy's Gone to Knoxville, Postcards from Paraguay e Speedway at Nazareth vieram mostrar que há Mark Knopfler para além de Dire Straits e que com grandes ritmos se conseguem criar grandes solos com todos os instrumentos presentes e o grande público a desforrar-se em métodos de comunicação eufórica que chegam aos ouvidos de Knopfler pedindo por ainda mais virtuosismo e para vir mais um clássico da melhor banda dos anos 80: Telegraph Road, considerado pelas mais de 8000 pessoas que preenchiam cada cadeira e toda a parte da plateia o momento mais alto da noite, trouxe momentos - longos mas curtos momentos - de virtuosismo, euforia, energia e concentração energética que, em alguns casos, foram despejadas sob a forma de lágrimas ou saltos durante quase um quarto de hora de guitarradas e pianadas.


Os 7 elementos da banda alinham-se e fazem uma vénia no que parecia ser, não a despedida, mas a pausa para o chá. Voltaram em grande com a linda e maravilhosa Brothers in Arms, com telemóveis e isqueiros a luzir, mãos no ar a abanar calmamente de um lado para o outro e um amiente extremamente intenso que provou que todos ali vivemos, realmente, no mesmo mundo (pelo menos até à meia-noite e meia), em que todos cantavam a letra da música e ficavam depois boquiabertos a olhar para a mão esquerda de Mark Knopfler durante aqueles solos.

Our Shangri-La foi a melhor ressaca musical que se pôde alguma vez ter, que também serviu de aperitivo para o que viria a ser a última "bebedeira" da noite: o público já levantado a pensar que era para ir embora lá descobriu que ainda viria mais uma bela surpresa e nem se voltou a sentar. Preferiram acompanhar aos pulos e de luzes brancas bem apontadas para os espectadores a voz do famoso guitarrista a cantarolar: "You're so far away from me", com os braços a agitar no ar desgraçando o campo de visão dos mais pequenos que estavam na plateia.

O concerto acaba então com o típico e sempre magnífico Going Home, aquela sinfonia resumida a 7 "rapazes" que, apesar de já andarem na casa dos 50, conseguiram da um espectáculo que deixaria qualquer pessoa no seu perfeito juízo em estado de êxtase. Felizmente, estávamos todos bem.


O alinhamento do concerto foi o seguinte:

Cannibals
Why Aye Man
What It Is
Sailing to Philadelphia
True Love Will Never Fade
The Fish And The Bird
Hill Farmer's Blues
Romeo & Juliet
Sultans of Swing
Marbletown
Daddy's Gone to Knoxville
Postcards from Paraguay
Speedway at Nazareth
Telegraph Road
______________

Brothers in Arms
Our Shangri-la
So far Away
Going Home


Texto e fotos: David Akired com excepção da segunda foto, tirada por Joost De Raeymaeker.

21.3.08

13ª arte v2.0 | já temos início definido!


Depois desta pequena interrupção na actividade do 13ª arte para publicar a entrevista aos Linda Martini (a propósito do novo àlbum marsupial), eis que já está definido o dia de reabertura do 13ª arte. No dia 21 de Junho de 2008 já podem contar com o blog da música em portugal com novidades, entre elas uma nova interface gráfica mais intuitiva e de fácil navegação e novos conteúdos, que irão ser revelados mais tarde. o próprio conceito do blog irá ser alterado (cá fica a surpresa), mas a temática, obviamente, manter-se-á.

Visto que antes desta data irá decorrer o festival Rock in Rio, será aberto um período extra de forma a dar-lhe a cobertura devida.

Enquanto que 21 de Julho (ou até o Rock in Rio) não chega, podem sempre continuar a marcar a visita por aqui, pois podem surgir publicações irregulares aquando dos concertos que por cá se fazem, como será o caso do concerto de Mark Knopfler no Campo pequeno, dia 4 de Abril, entre outros.

Obrigado a todos os amantes da música de e em Portugal,

David Akired
(www.13arte.pt.vu)

12.3.08

primeira pessoa | linda martini

O 13ª arte bateu à porta dos Linda Martini. Com um novo EP a espreitar do “marsúpio”, a banda lisboeta tem cada vez mais fãs sedentos de novo material. Marsupial tem lançamento previsto para Março. O resto… o resto é conversa:


Alexandre Quinteiro: Descrevam-me o trailer do filme “Linda Martini”.

Cláudia Guerreiro: Só te digo isto: somos uma árvore genealógica do pior! :)


AQ: Já não são iniciantes no meio, mas não vivem da música…

CG: A música fazemo-la por prazer, e quando assim é torna-se difícil arriscar e apostar totalmente nela, pois tens a sensação de que, mais cedo ou mais tarde, terás que ceder, de algum modo, para que possas subsistir. Por agora, cada um tem o seu emprego (quase todos...) e isso é o que nos dá alguma segurança. Mais tarde se verá o que acontece!

AQ: Que é que os fãs podem esperar de Marsupial? Marcará um ponto de viragem? Porquê Marsupial?

CG: Não diria um ponto de viragem, porque nunca sabes ao que vais voltar. Pode-se dizer que finalmente experimentámos coisas que queríamos ter experimentado antes, como coros e partes electrónicas. É só um prolongamento do que somos.


AQ: José Mário Branco, Fernando Tordo, Lena D’Água…Quem se segue?

CG: Paulo de Carvalho? :)

AQ: Têm noção dos arrepios que provocam?

CG: Costumamos dizer para nós mesmos que a nossa música só faz sentido se nos arrepiar...se além de nos acontecer a nós acontece aos outros, acho que é bom sinal!

AQ: Como definem a vossa música? Uma mistura alucinante de poesia cerebral com distorções e ritmos em crescendo emotivo?

Hélio Morais: Rock!...

AQ: Falou-se numa edição conjunta com Men Eater, If Lucy Fell e Riding Pânico. Que é que podem adiantar? Com que nomes do panorama internacional gostavam de colaborar?

CG/HM: Para já não há nada a adiantar porque não passa de um projecto. No entanto a ideia passava por fazermos versões uns dos outros e fazer uma música juntos (de um modo já organizado e que não vamos aqui revelar porque se um dia acontecer perde a piada toda).

Nomes do panorama internacional: Steve Albini


AQ: Sei também que já deram concertos fora do território português. Qual é a sensação de actuar perante um público dissemelhante do nosso? Qual a reacção dos espectadores?

CG: Público é público. Tem dias bons e dias maus, tal como nós. Acho que a principal diferença entre um público português e um inglês é o facto dos últimos terem muito por onde escolher e, neste caso específico, não nos conhecerem de lado nenhum!

Na Irlanda tocámos com os God is an astronaut, o que nos deu a oportunidade de nos mostrarmos a um público mais vasto e interessado. Estávamos à espera de uma recepção muito crítica e severa e deparámo-nos com a nossa maior “sessão” de autógrafos que até ali tínhamos dado! Acho que foi a primeira vez que alguém veio massivamente ter connosco com aquele entusiasmo. Percebemos aí que o português não é uma barreira (pelo menos não tanto como se poderia pensar).

Por outro lado, batemos o nosso recorde de publico em Londres...nunca tocamos para tão pouca gente! Estavam, mais ou menos, 15 pessoas a assistir e não me lembro de haver sequer reacção...:|

AQ: Há alguma situação caricata que queiram partilhar com os leitores?

CG: Nada de muito significativo, mas assim de repente lembro-me de termos estado ao lado de Sonic Youth e não termos tido coragem/assunto/etc para tentar ir falar com eles, e só uma semana mais tarde pensarmos que teria sido bem lembrado, já p’ra não dizer inteligente, dar-lhes um cd nosso...


AQ: O que sente a banda ao subir ao palco? De que falam e o que pensam no backstage (quando existe…)?
CG/HM
: não damos abraços futebolísticos nem fazemos fogueiras. Bebemos uns copos, quando há e apetece, e fazemos uma setlist à última da hora, acompanhada por um “devíamos ter feito isto antes.”

AQ: Tony Madley disse que… “Fazer discos e dar espectáculos vicia como uma droga”. Sentem isso?

CG: Não diria como uma droga...sobrevivemos sem concertos, mas quando eles voltam há uma alegria generalizada na banda. Voltamos à questão lá de cima: viver da música. Se, profissionalmente, fizéssemos apenas música, talvez nos viciássemos. Assim só tomas drogas quando tas oferecem. Não te vicias, mas estás ansioso que tas ofereçam... isto faz sentido?


AQ: Como atentos e ávidos consumidores de música (como suponho que sejam), que lançamentos actuais vos despertam maior interesse (tanto no espectro nacional como internacional)?

CG/HM: Bat for Lashes(Fur and gold), Pj Harvey(white chalk), Riding Panico(Lady Cobra), Dead Combo(guitars from nothing) e If Lucy Fell (zebra dance).

AQ: Olhos de Mongol foi considerado o melhor álbum de 2006 pelos leitores da revista Blitz? Como vos soou esta distinção?

CG: Bem! Principalmente por não termos feito parte da selecção de melhores álbuns da própria Blitz.


AQ: Para concluir, o que diriam a quem pegasse no vosso novo CD e o colocasse pela primeira vez na aparelhagem?

CG: Ouve até ao fim e não tires conclusões precipitadas...

AQ: Bem, chegámos ao fim. Agora só tenho que agradecer imenso a vossa colaboração e disponibilidade para esta entrevista. Obrigado e até breve!

Todos em coro: Obrigado nós e desculpa pela demora...

Aviso à navegação

Vamos interromper, pontualmente, esta pausa na actividade do blog para esta entrevista exclusiva aos Linda Martini.

Voltaremos em força na Primavera! Fiquem atentos!