5.7.07

SBSR | Scissor Sisters enchem palco de cor!

Repetentes nos palcos nacionais, em menos de um ano, os Scissor Sisters voltaram a Portugal, desta vez, num cartaz em que para muitos seriam dispensáveis. Mas sabendo disso ou não, o que é certo é que o grupo de Jake Shears e Ana Matronic, basta-se a si próprio, tendo dado, como na última passagem por Lisboa, um grande concerto.




No seu estilo glamorous/kitch, os Scissor Sisters protagonizaram também o primeiro aparato cénico do dia, com o desenho de um peito de uma mulher, coberto por um bikini, a tesoura sobreposta. As luzes a conjugar forneceram o condimento visual para o pop-rock disco-sound das "sisters".


'She's My Man' foi apenas um dos muitos temas que contagiaram a assistência, qual discoteca ao ar livre, mesmo para aqueles que passaram o concerto a chamar Jake Shears de "roto" - termo pejorativo homofóbico, que ainda assim não fez os seus autores arredar pé e ficar até ao fim, em jeito de "estou aqui, mas não pensem que gosto".




Curiosidade ou mais do que isso, a energia da banda foi incessante e Jake Shears incansável, correndo o palco de uma ponta a outra e assumindo, desta feita, o protagonismo do espectáculo. Ana Matronic, como sempre foi também puxando pelo público recordando o seu apreço por Lisboa e Portugal. 'Kiss You Off' serviu de dedicatória à ala feminina da assistência, às tantas generalizada aos lisboetas, carinhosamente apelidados pelos cantores de «lisbian».



Jake Shears assumidissimo nas suas opções sexuais foi brincando com isso, nos diálogos com o público, pedindo "oohs" em falsete ou dizendo «dêem o vosso amor às sisters». Em "Ooh" já estava a apenas a usar as bermudas e uma gravata, ficando sem a camisa e a jaqueta que trazia inicialmente.



'Comfortably Numb' foi outro dos momentos altos, com Del Marquis a assumir a entrada, na guitarra. O grupo recomeçou a música de novo, só pra brincar mais um pouco.



'Don't Feel Like Dancin' e 'Fealthy Gorgeous' fecharam em euforia o pedra no charco de disco-sound, em alinhamento mais virado para o indie rock. no último tema Jake Shears e Ana Matronic simularam poses sexuais com o cantor a mostrar o rabo ao público.



Os Scissor Sisters podem ter sido uma espécie de ovelha negra no último dia do cartaz. Mas eles não parecem ter se importado e o público também não.
Agora seguem-se as ovelhas, mas apenas em capa de disco. Os Interpol já estão no palco e o 13ª Arte a acompanhar. Não perca a crítica, dentro de instantes.
(Texto de Ana Tomás)

SBSR | TV on the Radio (esforço descompensado)

Depois da energia de Beth Ditto, e os The Gossip , entraram em palco os TV On The Radio, cujo o último trabalho, "Return to The Cookie Mountain" foi considerado pela crítica como um dos melhores de 2006.



A expectativa era por isso grande, e apesar de os TV On The Radio não terem desiludido, ficou a sensação que poderiam ter dado um pouco mais. O quinteto optou por oferecer uma setlist, porventura, mais curta e prolongar os temas, tornando-se um pouco cansativos, e por apresentar muitos desses com arranjos diferentes do original, o que nalguns casos abafou as vozes e tornou imperceptível algumas das palavras que iam sendo cantadas, pelo vocalista principal.




De resto, foi clara a aposta dos TV On The Radio num pendor mais rock, mais orgânico e agressivo, na reprodução ao vivo das suas músicas. 'Province' e 'Wolf Like Me' foram disso exemplo, com a guitarra e bateria a assumirem destaque principal, funcionando em dupla.



Os momentos musicais, protagonizados pelos dois executantes, foram um dos melhores da actuação, não obstante a entrega do vocalista, que devido ao volume do som dos instrumentos acabou muitas vezes por puxar a voz em demasia.


Com boas execuções musicais dentro dos temas, mas nem sempre mantendo uma coerência harmoniosa no seu todo, os TV On The Radio deixaram para o fim 'Staring at the Sun", ao qual deram também um arranjo diferente, oferecendo uma roupagem electrónica, com a bateria a marcar forte ritmo e a guitarra em riffs prolongados; uma opção que fechou bem o concerto e constituiu um dos seus melhores momentos.


Segue a festa colorida com os Scissor Sisters.

(Texto de Ana Tomás)

SBSR | The Gossip trazem electro-pop aos palcos

Os The Gossip deram o primeiro grande concerto do último dia do Super Bock Super Rock. Beth Ditto enche o palco, e não é só pelo seu corpo - que serviu de capa à revista NME, para qual posou nua, e que certamente funcionou como chamariz da curiosidade de muitos dos presentes - a vocalista do trio é, de facto, arrebatadora.


A voz roqueira de Beth, com laivos das vozes dos anos 60 e travo a soul/blues, encontrou eco perfeito nos temas rock, ora mais punk ora mais dançáveis, que fazem parte do repertório da banda, sendo que em termos técnicos a reprodução dos mesmos foi quase tecnicamente perfeita.
A energia fulgorante da cantora, que trouxe um vestido curto com riscas azuis - bem veraneante a fazer jus ao calor que disse adorar sentir - começou com 'Eyes Open'.

Muito comunicativa, Beth Ditto foi falando com o público agradecendo e elogiando duas bandas: Tv on The Radio e os portugueses X-Wife, que apelidou de «muito boa gente» e «com quem foi uma honra partilhar o palco». Apesar da curta actuação, a artista teve a inda tempo para comentar os cartazes e dizer que a primieira palavra que aprendeu em português foi «bunda».


O divertimento depois e durante a interpretação, bem ao jeito roqueiro, das canções, foi, de facto, entrecruzado com muita simpatia e comunicação com a assistência. Os sussurros que se ouviriam com 'Listen Up', uma das mais reconhecidas pelo público, tiveram também direito a uma versão rock, que os Gossip fizeram de 'Careless Whisper', de George Michael.


'Jealous Girls' e Standing in the Way of Control', já no fecho encarregaram-se de dar mais provas do rock contagiante e dançante dos Gossip, que como disse Ditto, deram de facto o seu melhor.

SBSR | X-Wife

Os X-Wife tocaram alguns temas do próximo album, mas foi, sobretudo, o material mais conhecido que ecoou das colunas do palco do SBSR.
João Vieira e parceiros contaram com espectadores privilegiados - nada mais que Beth Ditto, vocalista dos Gossip que, junto de Cláudia Efe dos Micro Audio Waves, apreciou numa zona lateral do palco a performance da banda do Porto.
Temas como «Ping Pong» e «Eno» gozaram de reacção expedita por parte da plateia. Um óptimo acontecimento para o que haveria de acontecer de seguida: a estreia dos Gossip em Portugal.
(Texto de Lia Pereira)

SBSR | Micro Audio Waves já actuaram

Curtíssima mas intensa, a actuação dos Micro Audio Waves num ainda pouco populoso SBSR.




A banda de Flak, Carlos Morgado e Cláudia Efe deu o litro nos vinte minutos que lhe eram consagrados. A aposta recaiu nos temas mais fortes do repertório do grupo, que lançou recentemente o óptimo Odd Size Baggage .



«Odd Size Baggage», «Fully Connected», «2 Night (u & i)» e o single que dá que falar, «Down By Flow», motivaram reacções de entusiasmo, sobretudo pela faceta rock que, em palco, emerge da electrónica quente (e cada vez mais pop) que o grupo lisboeta vem fazendo.



(Texto de Lia Pereira)

SBSR | Act2 (3º Dia): Informação

Olá mais uma vez! Hoje, como sabem, é o último dia deste festival, com destaque total no 13ª Arte. Deixo-vos hoje com, como hábito, a crítica detalhada a cada um dos concertos, detalhadamente, com fotos a acompanhar. Para não deixar de primar na informação, destacamos também que esta chegará sempre actualizada minutos após o final do concerto.

Para hoje deixo-vos mais uma vez com o quadro dos horários, foquem-se no dia de hoje (5 de Julho).

A foto seguinte mostra um momento de rua do dia de ontem, no recinto do festival:

Acompanhem-nos a cada minuto, para não perderem nenhuma informação!

SBSR | LCD Soundsystem, aqui estão eles!

Se dúvidas houvesse de que este era um dos concertos mais esperados da noite, teriam terminado aos primeiros acordes dos LCD Soundsystem no Super Bock Super Rock.

A poderosa e enérgica actuação do grupo liderado por James Murphy arrancou ao som de 'Us vs Them', do álbum "Sound of Silver", editado este ano, que pôs a plateia a dançar, a saltar e a agitar os braços freneticamente.
Além do novo disco o quinteto, altamente coeso e coerente, trouxe, também, o álbum homónimo de estreia na bagagem, dois trabalhos pontuados por um perfeito casamento sonoro entre a pop psicadélica, o acid-house, o punk, o rock e até o disco sound.
«Obrigado por terem ficado para nos ver. Gostamos de estar aqui», afirmou Murphy nos instantes iniciais da actuação. O líder do grupo é controladamente descontrolado, tão enérgico quanto intenso, meticuloso e extremamente atento e até preciosista em relação a tudo o que se passa no palco.
'Daft Punk Is Playing At My House', 'Yeah', 'Time To Get Away', 'All My Friends' e 'North American Scum' levaram o público ao rubro, a um estado de completa alienação e sintonia plena com a banda, que provou ser uma das melhores formações ao vivo da actualidade.
Um dos muitos momentos altos do espectáculo, que sempre oscilou entre um concerto rock e uma enorme pista de dança ao ar livre, foi a soberba interpretação de 'Tribulations' que, se em estúdio já é grande, ao vivo é ainda melhor.
Já no encore ouviram-se mais três temas, sendo que, para a despedida, os LCD Soundsystem reservaram o fabuloso 'New York I Love You, But You're Bringing Me Down'.
A 13ª edição do festival Super Bock Super Rock termina esta Quinta-feira. Underworld, Interpol, Scissor Sisters e The Gossip passam pelo último dia do Segundo Acto do evento. Não perca as críticas e as fotos do último dia deste festival, aqui, no nosso site.
(Texto de Samuel Cruz)