2º Dia Paredes de Coura 2007 [Actualização Permanente]
17h55 Foram poucos mas bons os espectadores que celebraram o concerto de Slimmy no palco Ibero Sounds. O português não se acanhou, pôs o ombro ao léu e mostrou as músicas do seu primeiro disco, acompanhado por bateria, baixo e teclas.
O sol ainda forte impediu grandes intimidades (o público manifestava-se, apenas, a partir de uma certa «distância de segurança»), mas o concerto soou bem oleado e foi recebido com entusiasmo. Slimmy despediu-se ao som de «Self Control», agradecendo o voto de confiança gritado por alguém no público: «Até para o ano, caral...!».
Na assistência, Miguel Ângelo também pareceu apreciar as cantigas electro-rock do artista do Porto.
Às 18h00, os espanhóis The Blows mostraram o seu garage rock no palco Ibero Sounds.
Aos New Young Pony Club coube a honra de abrir o palco principal da edição deste ano do Heineken Paredes de Coura. Estreante em Portugal, a banda liderada por Tahita Bulmer apresentou Fantastic Playroom , primeiro registo de originais ainda inédito no nosso país. Os destaques de um concerto enérgico, com a banda a revelar uma atitude punk chic , vão directos para os singles «The Bomb» e «Ice Cream», para o sexualmente ambíguo «Jerk Me» e para um bem engendrado «Tight Fit» - tema que faz jus ao rótulo de new rave, que a banda insiste em desmentir. O baixo forte, a simpatia e sensualidade da vocalista e a energia característica de uma banda em início de carreira fizeram com que os New Young Pony Club conquistassem novos adeptos entre o público nacional.
Os texanos Sparta chegaram a Portugal com três álbuns na bagagem, sendo Threes o mais recente (2006), e conquistaram o público com o seu rock semi-cabeludo e guitarras vertiginosas. O desespero na voz do vocalista Jim Ward – por vezes transfigurada em vómitos de raiva – e a energia pulsante dos movimentos agressivos do baterista – devidamente acompanhados pelos relampejantes strobes – ajudaram a criar uma atmosfera apoteótica. O alinhamento de onze temas contemplou maioritariamente canções de Threes , destacando-se «Taking Back Control», «Crawl» e «Untreatable Disease». A despedida fez-se ao som de «Air», do primeiro registo da banda, com Ward a saltar para o fosso e a agradecer pessoalmente ao público com incontáveis «Thank You».
Há poucos minutos, os Blasted Mechanism deram por encerrado um concerto que levou à loucura sensivelmente metade do auditório de Paredes de Coura, muito bem composto. A partir da mesa de mistura, a euforia era menos comum do que nas primeiras filas, mas no geral a recepção do público a Karkov e companhia foi muito positiva. Como é hábito, a banda surgiu num ambiente de magia e misticísmo, que invadiu o recinto, muito ajudado pelo fumo e pelas luzes que emergiam do palco. Com um set up um pouco distinto dos concertos em nome próprio, a participação dos portugueses neste festival acabou por ser muito bem conseguida, pesem embora alguns problemas técnicos nos momentos iniciais, tendo o concerto terminado em grande, com um alto nível de energia, que contrastou com uma quebra, sensivelmente a meio do concerto.
00h00 M.I.A. despede-se de Paredes de Coura dando o corpo ao manifesto, ou seja, fazendo crowdsurfing nas primeiras filas do anfiteatro.
Apesar da inquietação que confessara à BLITZ sentir, por se estrear em Portugal num palco tão grande, a autora de Arular conseguiu agitar e surpreender na mesma medida. Acompanhada por uma MC bem ginasticada e por um DJ com todas as batidas e os samples dos seus temas, Mathangi (o seu nome de baptismo) apresentou os novos «Bird Flu», «Boyz» e «Jimmy», bem como os êxitos do primeiro álbum «Galang», «Bucky Done Gun» ou «Pull Up The People».
A postura descontraída (subiu às colunas, entabulou conversa com o público) e o humor de M.I.A. ter-lhe-ão rendido alguns novos fãs, naquela que foi uma aposta arriscada da organização, uma vez que o público de Paredes de Coura é, usualmente, mais afecto ao rock de guitarras.
Depois da «guerrilheira» de cabelos roxos, sobem ao palco Pete Doherty e os seus Babyshambles.
00h42 Pete Doherty não só veio mesmo (de comboio, segundo o Jornal de Notícias) como trouxe pelo menos um êxito dos Libertines, «Time For Heroes». O «brinde» caiu bem aos muitos fãs que se concentram junto às grades e festejam a primeira visita do «enfant terrible» inglês a território nacional.
01h10 Sem guitarrista (segundo Doherty, as autoridades britânicas não autorizaram a sua saída do país), os Babyshambles continuam em palco. Já choveram objectos não identificados, já houve problemas com a guitarra do grande protagonista da noite e um técnico a entrar em palco repetidamente para tentar solucioná-los. Entre o público há um pouco de tudo: os fãs, os curiosos, os espantados e os completamente fora de si. A total indiferença é que parece não morar em terras de Paredes de Coura. Pete Doherty conseguiu decididamente destacar-se no segundo dia do festival.
«Killamangiro» e «What Katie Did», dos Libertines, são algumas das músicas que mais alegram o contingente de fãs.
01h18 Perante a insistência do público, os Babyshambles regressam para um encore. «Fuck Forever» é o tema escolhido para o «reencontro». «Can't Stand Me Now», do segundo álbum dos Libertines, também marca presença neste vitaminado regresso a palco.
Depois de encerradas as actividades no palco principal, os resistentes mudaram-se para o After-Hours. Em palco estiveram os canadianos Crystal Castles com o seu electro trash com pinceladas de jogos de computador. A saltitante vocalista entreteve o público durante pouco mais de meia hora e saiu de palco de rompante, levando consigo os restantes membros da banda. «Crimewave» e «Air War» não ficaram de fora do curto alinhamento. A noite já ia longa, mas houve ainda tempo para subirem ao palco secundário os norte-americanos Guns n' Bombs
Fontes: BLITZ, Sic Radical e Antena 3