Durante a tarde, o palco Ibero Sounds recebeu as actuações dos Born a Lion e The Right Ons.
18h34 Os portugueses Linda Martini subiram há pouco ao palco principal e trouxeram consigo um dos álbuns mais celebrados da cena alternativa nacional em 2006: Olhos de Mongol está a fazer as delícias do público.
19h00 A actuação dos Linda Martini acaba com uma versão de «Adeus Tristeza», de Fernando Tordo. A banda gravou o tema numa sessão especial para a Antena 3 e apresentou-a, esta tarde, ao vivo em Paredes de Coura, numa leitura com o seu quê de pós-rock.
Muito confortáveis em palco, os Linda Martini mostraram-se emocionados por pisarem um palco que há meros dois anos cobiçaram, da posição de espectadores. O seu concerto foi, estamos em crer, o que mais público chamou, dentre todos os concertos de abertura desta edição do festival, e a descontracção foi tanta que um dos guitarristas dedicou mesmo uma música à sua (ausente) namorada.
20h55 Neste momento, os britânicos Sunshine Underground estão em palco a apresentar o registo de estreia Raise the Alarm . Antes, o palco acolheu a estreia das também britânicas Electrelane, que perante uma plateia não conhecedora da sua música se saíram bastante bem. Os rasgos experimentais a fazer lembrar Sonic Youth, a postura simpática contrastante com uma musicalidade austera e os acessos de rebeldia de uma guitarrista com ar de quem não parte um prato foram argumentos suficientes para convencer a audiência.
As quatro meninas de Brighton apresentaram as canções do mais recente No Shouts, No Calls , sem esquecer temas mais antigos, como «Bells», e uma versão de «I'm On Fire» de Bruce Springsteen. Entre temas quase totalmente instrumentais e duelos de guitarras - enquanto bateria e baixo conversavam calmamente - ouviram-se explosões e cordas arrancadas, que precipitaram um final de concerto apoteótico.
Eis o alinhamento das Electrelane:
Bells
After The Call
U.O.R.
To The East
Birds
Eight Steps
I'm On Fire
Between The Wolf and the Dog
If Not Now, When?
Long Dark
21h12 Os Sunshine Underground brilharam muito a espaços no palco principal. Aos ingleses não faltou empenho (o vocalista Craig Wellington suava abundantemente), mas sim canções da qualidade das dos Rapture, LCD Soundsystem ou até Hot Chip, bandas de cuja sonoridade se aproximam, mas à beira das quais empalidecem. O concerto terá agradado à falange de apoio das primeiras filas e à própria banda, que registou algumas imagens com uma câmara fotográfica, logo nos primeiros minutos do espectáculo.
22h21 Os suecos Peter, Björn & John despedem-se ao som de «Up Against The Wall». A banda deu um espectáculo simpático, alicerçado nas boas canções do álbum Writer's Block («Amsterdam», que Björn confessou ser uma «cópia» de John Cale; «Let's Call It Off») e na comunicação com o público, algo naïf mas eficaz.
Algures entre o shoegazing e a pop mais pastoril, os autores de «Young Folks» (o hit de Verão para assobio e campanha publicitária) não têm, porém, dimensão «institucional» para pisar um palco como o de Paredes de Coura a esta hora, e esse défice de estatuto, chamemos-lhe assim, impediu o espectáculo de descolar rumo a outras altitudes.
Destaque ainda para uma versão de «Teen Love», dos Concretes, e para o facto de o vocalista Peter ter tido à sua espera, nas primeiras filas, um entusiasmadíssimo coro de vozes femininas. Pin-up à vista?
Eis o alinhamento do concerto de Peter, Björn & John [ou Peter, Björn & Nino, o baterista que tem substituido, ao vivo, John]:
Let's Call It Off
See-Through
Far Away, By My Side
The Chills
Start To Melt
Amsterdam
Paris 2004
Young Folks
Teen Love
Objects of My Attention
Up Against The Wall
00h10 Os (ou as) brasileiros Cansei de Ser Sexy (CSS) vieram directamente do Japão para um concerto recebido por uma das grandes enchentes de público da edição deste ano do festival. A banda fez a festa ao som de temas bem conhecidos dos fãs portugueses e nem sequer faltaram balões, confettis e canções cantadas com a ajuda de hélio inspirado de um balão.
Lovefoxxx, a vocalista dos CSS, mostrou toda a sua sensualidade/inocência exóticas num espectáculo em que ficaram a faltar os temas cantados em português (foi especialmente sentida a falta de «Superafim»). O início fez-se ao som do desconhecido «Jager Yoga» e do alinhamento fizeram parte os muito celebrados «Alala», «Meeting Paris Hilton», «Alcohol» e «Let's Make Love and Listen to Death From Above». Apesar de um concerto curto (para desilusão dos fãs), os CSS ainda tiveram tempo de apresentar a nova «Lindja» e uma versão de «Pretend We're Dead», das L7.
O alinhamento completo do concerto é o seguinte:
Jagger Yoga
Alala
Fuck Off Is Not the Only Thing You Have to Show
Meeting Paris Hilton
This Month Day 10
Alcohol
Lindja
Patins
Pretend We're Dead
Off the Hook
I Wanna Be Your J. Lo
Art Bitch
Let's Make Love and Listen to Death From Above
01h25 Estão em palco os grandes (e verdadeiros) cabeças de cartaz de Paredes de Coura 2007. Os Sonic Youth foram recebidos pela maior moldura humana que o festival viu nos últimos quatro dias. A enchente ajuda Kim Gordon, Thurston Moore e companhia a vibrar com temas que percorrem a carreira de mais de 25 anos dos Sonic Youth. Aquilo que podem ser considerados os grandes êxitos da banda são apresentados freneticamente e acolhidos de forma entusiasta: o hino «Incinerate», o intimista «Do You Believe in Rapture?» e os muitos celebrados «Bull in the Heather» e «Jams Run Free».
Thurston Moore (detentor do segredo da eterna juventude - só pode) e a sempre sedutora Kim Gordon vão-se revezando nas vocalizações, deixando o público histérico a cada troca. Daydream Nation , Rather Ripped e os álbuns-chave da carreira da banda norte-americana foram abordados como prometido: um concerto que percorreu todas as fases dos Sonic Youth. O público que esteve a noite inteira a gritar pelos cabeças de cartaz (deixando os fãs de Cansei de Ser Sexy e os «conhecedores» dos Peter, Bjorn & John à beira de um ataque de nervos) não sairá desiludido com a prestação da banda. O ponto final da edição deste ano do festival faz-se com chave de ouro.
01h50 Depois de um intervalo de charme, os Sonic Youth voltaram ao palco, para gáudio da audiência. Os desvarios instrumentais são acolhidos de braços abertos pelo público que canta em coro tudo o que há para cantar.
Texto: Lia Pereira e Mário Rui Vieira @ BLITZ
Fotos: Antena 3
16.8.07
Subscrever:
Mensagens (Atom)