12.3.08

primeira pessoa | linda martini

O 13ª arte bateu à porta dos Linda Martini. Com um novo EP a espreitar do “marsúpio”, a banda lisboeta tem cada vez mais fãs sedentos de novo material. Marsupial tem lançamento previsto para Março. O resto… o resto é conversa:


Alexandre Quinteiro: Descrevam-me o trailer do filme “Linda Martini”.

Cláudia Guerreiro: Só te digo isto: somos uma árvore genealógica do pior! :)


AQ: Já não são iniciantes no meio, mas não vivem da música…

CG: A música fazemo-la por prazer, e quando assim é torna-se difícil arriscar e apostar totalmente nela, pois tens a sensação de que, mais cedo ou mais tarde, terás que ceder, de algum modo, para que possas subsistir. Por agora, cada um tem o seu emprego (quase todos...) e isso é o que nos dá alguma segurança. Mais tarde se verá o que acontece!

AQ: Que é que os fãs podem esperar de Marsupial? Marcará um ponto de viragem? Porquê Marsupial?

CG: Não diria um ponto de viragem, porque nunca sabes ao que vais voltar. Pode-se dizer que finalmente experimentámos coisas que queríamos ter experimentado antes, como coros e partes electrónicas. É só um prolongamento do que somos.


AQ: José Mário Branco, Fernando Tordo, Lena D’Água…Quem se segue?

CG: Paulo de Carvalho? :)

AQ: Têm noção dos arrepios que provocam?

CG: Costumamos dizer para nós mesmos que a nossa música só faz sentido se nos arrepiar...se além de nos acontecer a nós acontece aos outros, acho que é bom sinal!

AQ: Como definem a vossa música? Uma mistura alucinante de poesia cerebral com distorções e ritmos em crescendo emotivo?

Hélio Morais: Rock!...

AQ: Falou-se numa edição conjunta com Men Eater, If Lucy Fell e Riding Pânico. Que é que podem adiantar? Com que nomes do panorama internacional gostavam de colaborar?

CG/HM: Para já não há nada a adiantar porque não passa de um projecto. No entanto a ideia passava por fazermos versões uns dos outros e fazer uma música juntos (de um modo já organizado e que não vamos aqui revelar porque se um dia acontecer perde a piada toda).

Nomes do panorama internacional: Steve Albini


AQ: Sei também que já deram concertos fora do território português. Qual é a sensação de actuar perante um público dissemelhante do nosso? Qual a reacção dos espectadores?

CG: Público é público. Tem dias bons e dias maus, tal como nós. Acho que a principal diferença entre um público português e um inglês é o facto dos últimos terem muito por onde escolher e, neste caso específico, não nos conhecerem de lado nenhum!

Na Irlanda tocámos com os God is an astronaut, o que nos deu a oportunidade de nos mostrarmos a um público mais vasto e interessado. Estávamos à espera de uma recepção muito crítica e severa e deparámo-nos com a nossa maior “sessão” de autógrafos que até ali tínhamos dado! Acho que foi a primeira vez que alguém veio massivamente ter connosco com aquele entusiasmo. Percebemos aí que o português não é uma barreira (pelo menos não tanto como se poderia pensar).

Por outro lado, batemos o nosso recorde de publico em Londres...nunca tocamos para tão pouca gente! Estavam, mais ou menos, 15 pessoas a assistir e não me lembro de haver sequer reacção...:|

AQ: Há alguma situação caricata que queiram partilhar com os leitores?

CG: Nada de muito significativo, mas assim de repente lembro-me de termos estado ao lado de Sonic Youth e não termos tido coragem/assunto/etc para tentar ir falar com eles, e só uma semana mais tarde pensarmos que teria sido bem lembrado, já p’ra não dizer inteligente, dar-lhes um cd nosso...


AQ: O que sente a banda ao subir ao palco? De que falam e o que pensam no backstage (quando existe…)?
CG/HM
: não damos abraços futebolísticos nem fazemos fogueiras. Bebemos uns copos, quando há e apetece, e fazemos uma setlist à última da hora, acompanhada por um “devíamos ter feito isto antes.”

AQ: Tony Madley disse que… “Fazer discos e dar espectáculos vicia como uma droga”. Sentem isso?

CG: Não diria como uma droga...sobrevivemos sem concertos, mas quando eles voltam há uma alegria generalizada na banda. Voltamos à questão lá de cima: viver da música. Se, profissionalmente, fizéssemos apenas música, talvez nos viciássemos. Assim só tomas drogas quando tas oferecem. Não te vicias, mas estás ansioso que tas ofereçam... isto faz sentido?


AQ: Como atentos e ávidos consumidores de música (como suponho que sejam), que lançamentos actuais vos despertam maior interesse (tanto no espectro nacional como internacional)?

CG/HM: Bat for Lashes(Fur and gold), Pj Harvey(white chalk), Riding Panico(Lady Cobra), Dead Combo(guitars from nothing) e If Lucy Fell (zebra dance).

AQ: Olhos de Mongol foi considerado o melhor álbum de 2006 pelos leitores da revista Blitz? Como vos soou esta distinção?

CG: Bem! Principalmente por não termos feito parte da selecção de melhores álbuns da própria Blitz.


AQ: Para concluir, o que diriam a quem pegasse no vosso novo CD e o colocasse pela primeira vez na aparelhagem?

CG: Ouve até ao fim e não tires conclusões precipitadas...

AQ: Bem, chegámos ao fim. Agora só tenho que agradecer imenso a vossa colaboração e disponibilidade para esta entrevista. Obrigado e até breve!

Todos em coro: Obrigado nós e desculpa pela demora...

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom Alex, muito bom.

Frederico Lopes disse...

boa boa :D

já te disse que dia 21 espero estar na apresentação do albúm em Leiria? *.*
e se as finanças ajudarem adquirir o dito cujo com o belo do autográfo *.*