29.6.07
SBSR | Metallica arrasam Acto 1
O Acto I do Super Bock Super Rock estava a cumprir de forma irrepreensível os horários até o concerto dos Metallica se atrasar mais de meia hora. Os milhares e milhares de fãs que se agrupavam em frente ao palco chegavam a metade do recinto. O ambiente era de expectativa.
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28.6.07
SBSR | Joe Satriani explode com sua guitarra
Joe Satriani subiu ao palco do Super Bock Super Rock ao cair da noite e como um mágico que domina muito bem os seus truques repartiu de forma equilibrada os temas do seu concerto.
Passando do mais jazzístico ao rock puro, Satriani domina com perfeição o espaço e o tempo entre as suas mãos e as muitas guitarras que exibe durante o concerto. Sempre a rir, transmite sem dificuldade a sua energia à assistência.
O guitarrista percorreu os clássicos que o fazem um dos mais apreciados músicos a solo do mundo. Temas como 'Always With Me, Always With You', 'Circles', 'Surfing witn an Alien' ou 'Crowd Chant' encantaram uma audiência que aos poucos foi entrando numa outra galáxia, onde o músico é claramente uma das maiores estrelas.
Seguem-se os sempre muito aguardados Metallica, que vão fechar este Acto I do Super Bock Super Rock.
(Texto de Rita Tristany)
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SBSR | Estreia dos Stone Sour
Quando o sol se começou a pôr, os Stone Sour entraram no palco do Super Bock Super Rock dispostos a provar porque eram das bandas mais aguardadas desta edição do Festival à beira-tejo. Corey Taylor, o ex-Slipknot e líder dos Stone Sour, confirmou qual era a disposição da banda quando anunciou que este era o último concerto na Europa e que não podiam estar mais contentes por ser aqui no nosso país.
A assistência, familiarizada com o carácter comunicativo de Taylor, adere rapidamente às palavras de ordem gritadas pelo vocalista . 'Bother' do primeiro álbum "Stone Sour", mete o público a saltar, enquanto a letra de 'Made of Scars', do mais recente disco "Come Whatever May" é entoada em coro pelos milhares de pessoas que já não saem da frente do palco.
A «quase» balada 'Through Glass' fica como um dos grandes momentos do concerto, com o início a ser cantado em autêntico dueto entre Taylor e os fãs. Taylor é para já o mais comunicativo de todos os músicos que passaram pelo palco do Acto I do Super Bock Super Rock. Em resposta à sua pergunta "Estão preparados para algo mais pesado?", o público manifesta-se em concordância. Os Stone Sour retribuem ao acabar em grande com 'Hell and Consequences' e 'Get Inside'.
A banda america deu para já o melhor concerto deste Acto I do Super Bock Super Rock. Seguem-se agora Joe Satriani e os Metallica.
(Texto de Rita Tristany)
Mais críticas sobre Joe Satriani e Metallica no Super Bock Super Rock brevemente no nosso site.
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SBSR | Blood Brothers & Mastodon
A estreia dos The Blood Brothers no nosso país dividiu o público do Super Bock Super Rock. A meio do concerto começaram a aparecer lenços brancos na assistência numa clara mostra de que o público não estava totalmente contente com o som da banda de Seattle.
Com dois vocalistas, o som dos The Blood Brothers aproxima-se do punk-hardcore, apesar de às vezes fazer lembrar The Darkness. A postura do mais activo vocalista, com o seu cabelo loiro oxigenado, a sua voz de falsete numa espécie de Mika versão punk, não conquistaram o público que de lenços brancos no ar e palavras mais fortes, pede que banda deixe o palco.
O final do concerto tornou-se então uma espécie de despique entre banda e assistência, num tom de provocação tão típico do rock e sobretudo do punk. Apesar da falta de aceitação do público, os The Blood Brothers mostraram certeza na sua execução musical e bastante profissionalismo, já que deve ser dificil para um artista ver tão clara reacção de rejeição à sua música.
Pelo contrário, os Mastodon (em todas as fotos) mostraram já ter uma grande base de admiradores no nosso país. A verdadeira massa humana que se concentrou em frente ao palco, acompanhou todo o concerto da banda americana co m a devoção típica dos apreciadores de música mais pesada.
Os Mastodon chamaram a noite com a intensidade do seu som e sobretudo a excelente execução musical dos longos interlúdios instrumentais. Os dois músicos cantores, o baixista Troy Sanders e o guitarrista Brent Hinds, trocam as vozes numa coreografia vocal que funciona muito bem em palco.
A banda percorreu a sua carreira tocando temas dos três álbuns, com predominência do último "Blood Mountain". O seu com é mais cheio em palco do que em álbum, o que dá de certa forma a ideia que estamos a ouvir novas versões de temas como 'Sleeping Giant', ' Capillarian Crest' ou 'Circle of Cysquatch' ou 'Blood and Thunder', que fizeram as delícias dos fãs.
O ambiente aquece no Super Bock Super Rock com a aproximação dos concertos de Joe Satriani, a estreia dos Stone Sour e Metallica, os mais esperados da noite. Aguarde a crítica, aqui, no 13ª Arte.
(Texto de Rita Tristany)
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SBSR | Mais Pormenores
Como chegar ao recinto?
Há várias formas de chegar ao recinto do Super Bock Super Rock. Aqui ficam as principais.
Viatura própria: Há estacionamento gratuito no Parque do Tejo, Parque das Nações. Aconselha-se que os condutores cheguem cedo, por forma a evitar o congestionamento das vias de trânsito.
Comboio: A estação de chegada é a de Sacavém. O recinto fica a cerca de três minutos a pé. Durante o período do festival, nos dias 28 de Junho e 3 a 5 de Julho, efectuam paragem extraordinária em Sacavém: todos os comboios regionais das Famílias Lisboa / Entroncamento / Lisboa, Lisboa / Tomar / Lisboa e Lisboa / Castelo Branco / Lisboa; os comboios urbanos semi-directos da Família Azambuja (a partir das 15 horas de cada dia de espectáculo e até às 9 horas da manhã seguinte).
A estação de Sacavém vai ser servida pelos seguintes comboios: Alcântara-Terra / Castanheira do Ribatejo, que circulam nos dias úteis; Meleças / Alverca, durante as horas de ponta dos dias úteis; Sintra / Alverca, aos fins-de-semana e ainda os comboios que efectuam o percurso Azambuja / St.ª Apolónia. O mapa da rede pode ser consultado aqui .
A organização do festival sugere a compra de bilhete de ida e volta nas estações de comboio, por forma a poupar tempo e evitar filas no regresso a casa. O bilhete de ida e volta dos comboios urbanos e suburbanos é válido até às 9 horas do dia seguinte ao da sua compra. No caso dos comboios regionais e inter-regionais em percursos inferiores a 75 km, a viagem de regresso pode ser realizada até um dia depois do festival. Já em percursos superiores, o regresso é possível até dez dias depois da data de compra do bilhete.
Autocarro: Uma carreira especial contínua vai estar a assegurar a ligação entre o recinto e a Gare do Oriente. O pagamento da viagem será feito com base num tarifário especial, inferior à habitual tarifa de bordo e não são aceites passes de qualquer ordem.
35 mil espectadores
A produção do festival Super Bock Super Rock aponta as expectativas para 35 mil espectadores nos concertos desta noite, avança o Correio da Manhã (CM). Os Metallica vão dar início à sua digressão europeia no Parque do Tejo, com uma actuação marcada para as 22h45.
Fonte da organização disse ainda ao CM que os Metallica “já cá estão há uns dias e têm sido supercooperantes e profissionais”. Revelou ainda que o SBSR não tem palco secundário este ano porque a banda de “Nothing Else Matters” trouxe uma “produção nunca vista em festival em Portugal”.
As inovações nesta edição do SBSR chegam ao palco e aos restantes espaços do recinto. No palco “sistemas de vídeo que vão passar outras imagens que não as do concerto”, explica a organização, adiantando que agora a “visão do palco é muito maior”. O número de bares cresceu, para melhor fazer face à elevada procura de bebidas entre (e durante) concertos.
Via Green
Vão entrar em funcionamento, a partir de hoje, duas vias de acesso rápido ao recinto do Super Bock Super Rock. A medida vem fazer face à elevada concentração de pessoas para acederem ao espaço do festival imediatamente antes do começo dos concertos principais.
As Vias Green vão estar instaladas em dois corredores laterais, situados nos extremos esquerdo e direito das entradas. Estas duas vias são reservadas a quem não transporte consigo malas ou mochilas. De modo a aumentar a velocidade de circulação nas Vias Green, a organização recomenda que objectos transportados nos bolsos sejam retirados previamente para facilitar a inspecção.
Estes corredores especiais podem ser facilmente reconhecíveis, uma vez que o pavimento vai estar colorido de verde, para além de existirem sinais verticais a assinalar a proibição de mochilas.
A afluência de público ao festival SBSR ascende aos milhares de pessoas. Por essa razão, quer a Música no Coração, organizadora do evento, quer a Polícia de Segurança Pública, recomendam que se chegue o mais cedo possível para evitar congestionamento nos acessos ao recinto. Um conselho adicional passa pelo transporte do mínimo de bagagem possível, já que todas as pessoas serão revistadas antes de acederem ao festival.
(Fonte: CM)
Não perca mais tarde a rewiew do Act1 do SBSR, aqui, no 13ª Arte.
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27.6.07
26.6.07
News: Rolling Stones em Alvalade
Falar dos Rolling Stones é falar invariavelmente de longevidade. E apesar de algumas críticas ela é motivo de reverência e de sustentação do epíteto de maior banda de rock do mundo.
O espectáculo condiz com o estatuto, dispensando explicações exaustivas, até porque é conhecida a grande produção que tem envolvido as actuações do colectivo. Isso mesmo viu esta noite o Estádio de Alvalade, em Lisboa, que recebeu o pela última vez há 12 anos, como recordaria Mick Jagger no seu português esforçado. A Bigger Bang Tour foi o pretexto para o regresso à capital e fez-se anunciar logo num cenário de big-bang urbano, secundado pelo fogo de artifício que se elevava da parte lateral da estrutura do palco.
O efeito apanhou de supresa o público que aguardava a banda na penumbra, depois de uma espera ansiosa. E foi curioso ver como a massa humana se condensou, iludindo os prognósticos pouco animadores das vendas de ingressos. 'Start Me Up' deu, então, o arranque com a conhecida energia dos Rolling Stones: Keith Richards à cabeça introduzindo com guitarra vigorosa os primeiros acordes, Mick Jagger assumindo o comando em frenesim e Ronnie Wood chegando depois e dando um "solozinho" da sua graça.
Mais atrás no palco, pela condição menos móvel imposta pela bateria, Charlie Watts. Sem supresas coube quase sempre a Mick Jagger assumir o comando do espectáculo, sobretudo pela energia contagiante com que puxava pela assistência, ora bamboleando as ancas e as pernas e sacudindo o tronco nos seus já tradicionais movimentos, ora percorrendo o palco (que ocupava a largura do relvado) de uma ponta à outra.
'You Got Me Rocking', outro dos temas que deu seguimento à festa do rock'n roll, assim o confirmava, com os guitarristas em despique saudável, patilhando a execução instrumental e em sintonia com a banda de suporte onde se destacaram as prestações do baixista e de Bobby Keys, um dos saxofonistas presentes. Tim Ries, que actua Quarta-feira no S.Jorge com Ana Moura passou mais despercebido.
Já a fadista foi a surpresa da noite, convidada a partilhar, em dueto com Mick Jagger, o tema 'No Expectations', num tom mais acústico. O «flavour» português que o cantor dos Stones quis dar ao concerto poderia ter sido um dos pontos altos do concerto, mas o som excessivamente alto acabou por quebrar a aura do encontro intercultural e deixar ficar apenas o orgulho nacional pela representação portuguesa.
De volta ao feixe enérgico do rock Ronnie Wood protagonizou um dos melhores momentos instrumentais da noite finalizando a música que precedeu a homenagem a James Brown, falecido no final do ano passado. 'I'll Go Crazy' foi o tema escolhido por Mick Jagger que à falta do potento das vozes negras da soul se fez acompanhar brilhantemente por Lisa Fisher, uma das cantoras do coro.
Também na voz houve lugar para o protagonismo de Keith Richards, em 'You've Got The Silver', em tons de country, e 'I Wanna Hold You', já com as guitarras eléctricas. Com o regresso de Mick Jagger ao posto de vocalista, o grupo mostrou que não é preciso o aparato cénico para ainda se fazer valer e desprendeu-se da plataforma do palco principal para percorrer noutro, mais pequeno, a passadeira montada a meio do relvado.
Bem a propósito, 'It's Only Rock'n Roll' fez a passagem para 'Satisfation' já no meio da assistência, em êxtase. Na estrutura principal os lábios vermelhos com a língua de fora foram ocupando a tela central onde antes tinham passado em grande plano as imagens dos membros da banda. Sol de pouca dura que deu lugar a projecções psicadélicas vermelho vivo e aos assobios uivados com que o público antecipou um 'Sympathy for the Devil' cercado por labaredas. Mesmo com a qualidade do som longe do seu melhor e a voz de Jagger a entrar por vezes fora de tempo, é inegável a pujança dos Stones ao vivo. E 'Brown Sugar' no encore não foi doce o suficiente para o final.
(Texto de Ana Tomás)
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24.6.07
Exploring...: Green Machine
Leitores, voltámos aos anos 50. E o mais incrível de tudo, é que a máquina do tempo ainda não foi inventada. Confuso?
Os Green Machine são uma banda portuguesa de Rock, com cheirinho de Garage e Blues. É referida como um revitalizante (como aqueles de lata), mas melhor porque não se bebe: ouve-se e sente-se.
A banda tem raízes de Barcelos, já conta com dois EP's, com destaque para temas como Paris de França, The Never Ending Train Is Gonna Stop For You To Change!, A Caligula Complex, Tales From An Expectant Pussylicker, Lord Pigeon-Smythee e The III With A Very Broken Heart. De não esquecer também o álbum todo, do início até ao fim, que é uma base de copos que vale realmente a pena ouvir e deixar entranhar...
As 4 máquinas são João Pimenta (voz), Bruno Costa (guitarra), Ângelo Sousa (baixo) e Pedro Oliveira (bateria).
O CD chama-se Themes For The Hidebounds e o alinhamento é o seguinte:
2. The Hidebounds
Boas Audições!
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22.6.07
18.6.07
primeira pessoa | jrebola dos the cynicals
O 13ª Arte bateu à porta de José Rebola, guitarrista dos já afamados coimbrões The Cynicals, Banda do Mês por escolha do público aqui no 13ª Arte. Diz que venceram o XII Festival de Corroios, diz que actuaram no Madrid Pop Festival 2007, diz que deram um espectáculo na Queima das Fitas e diz muita coisa boa sobre esta banda que conta sempre com a elegância como arma e o cu como horizonte. De EP quase a estibordo, concertos na costa e temas disponíveis no MySpace já a surfar na net, vamos falar com JRebola:
David Akired: Para começar, como apresentariam a música dos The Cynicals aos que lêem esta entrevista e aos que, à partida, ainda não vos conhecem?
JRebola: Antes de mais, deixa-me dar-te os parabéns pelo teu blog que revela muito bom gosto e tem um papel muito importante na divulgação da nova música (boa) que se faz em Portugal. Acima de tudo, quando falamos em The Cynicals não podemos falar só em música… the Cynicals é toda uma atitude e uma performance, e, mais do que uma banda, acaba por se transformar num conceito e num modo de estar. Provocação, elegância, crítica, suor, paixão, ironia e audácia são provavelmente as palavras que melhor caracterizam a banda, e só se tem a noção disto depois de assistir a um espectáculo ao vivo. Quanto ao som, é tão variado que o melhor é não descrever e simplesmente ouvir, mas julgo que talvez nos possamos definir como “punk-cabaret”, se quiserem mesmo dar-nos um rótulo.
DA: Dizem os rumores que um EP está em estúdio… Que pormenores podes adiantar aos mais curiosos?
DA: E o processo de gravação? Optam por uma gravação livre, espontânea e despreocupada ou preferem um registo com mais profissionalismo, mais difícil que “dar à luz”?
JR: Eu nunca dei à luz, e espero que a genética não avance tanto que o tenha de vir a fazer. Mas sim, parece-me um paralelo interessante. Não há nada de despreocupado na nossa gravação, todos os pormenores nos merecem a maior atenção e cuidado, bem como a qualidade musical e de execução, pelo que é um processo no qual estamos fortemente empenhados.
DA: Houve algo que me despertou a atenção quando ouvi falar da vossa banda pela primeira vez: o nome. Porquê The Cynicals?
JR: É como te disse, tem a ver com a atitude. Se tu queres marcar uma posição no que fazes e no que dizes, se não queres ser mais uma cambada de modelos de casting amestrados e tens realmente uma abordagem nova para apresentar, essa abordagem tem de começar pelo nome. Dizemos coisas sérias dissimuladamente, e com segundas intenções, daí que o nome seja perfeitamente justificado.
DA: Porquê Rock Britânico, se assim se pode chamar? Juntaram-se, pegaram nas guitarras e no baixo e foi o que saiu, ou já tinham essa expectativa?
JR: Já havia uma expectativa, sabíamos o que queríamos fazer, mas é óbvio que depois de irmos para a estrada e de trabalharmos os temas ao pormenor a sonoridade evolui connosco e vai correspondendo melhor ao que pretendemos realmente transmitir. Disseste rock britânico mas talvez devêssemos dizer rock europeu, um rock mais adulto e menos óbvio. A nossa postura e raiz cultural é europeia, e não faz grande sentido estarmos a mimetizar outras culturas, porque dificilmente as vamos espelhar da maneira que elas realmente são.
DA: Hum… Os elementos da vossa banda já estavam um pouco espalhados em bandas como F.E.V.E.R., Fireball, The Speeding Bullets e etc. De início o projecto The Cynicals era mais um passatempo ou era uma etapa já definida como um projecto sério? Estavam à espera de tanto reconhecimento?
JR: Estávamos, e esperamos mais. The Cynicals é um projecto sério e ambicioso, e em quase todos os membros da banda já passou o período de fazer musica só por hobby. Há passos importantes a dar, degraus a subir, e queremos subi-los sem medo de o dizer. Queremos ser maiores e melhores, e não acho que isso seja criticável e também não acho que nos impeça de nos divertirmos no processo. Ambição não pode ser confundida com arrogância, e a seriedade não pode entrar em conflito com o bom ambiente.
DA: Os The Cynicals são bastante elogiados nas suas actuações ao vivo, chegando a mostrar uma espécie energia compulsiva e sentido épico. O que sente a banda ao subir o palco? De que falam e o que pensam no backstage (quando existe…)?
JR: No palco há uma empatia muito grande entre nós todos e o público, surge uma sinergia que nos envolve a todos e transformam cada performance num momento especial. Não damos dois concertos iguais, porque não há nem deve haver duas interpretações iguais. Tem de ser assim quando há paixão e a queremos transmitir a quem nos ouve. Essa sinergia foi provavelmente o que nos valeu a vitória nos concursos que temos ganho.
DA: Pelo que pude constatar, dão destaque no vosso MySpace a temas como Emily Rose, On Sundays, Happy Together (cover dos Beatles) e I Didn’t Kill Rock n’ Roll. Qual destes pode servir aos visitantes de “cartão-de-visita”?
JR: O melhor cartão de visita é um concerto. Essas quatro musicas (o Happy Together é um cover) mostram aspectos muito diversos do que podemos fazer, mas só num concerto se pode ver o que fazemos, pelo que o meu conselho é: esqueçam o cartão e venham directamente visitar a empresa.
DA: Sei também que já tiveram experiências no estrangeiro. Como foi a experiência de apresentarem a vossa música a um público dissemelhante do português? Qual foi a reacção do público?
JR: Pior do que ser no estrangeiro, é ser em Espanha, pelo simples facto de ser uma cultura bastante fechada a bandas que cantam em inglês. Por isso surpreendeu um pouco a excelente aceitação que tivemos, com o ponto alto a ser o momento de flamenco que temos numa das músicas, o que os deixou bastante agradados e ao rubro. Agora, temos mais uns planos lá por fora e é claro que a internacionalização é uma das metas da banda. Quer se queira quer não, Portugal ainda é uma migalha no mundo da musica..
DA: Como atentos e ávidos consumidores de música (como suponho que sejam), que lançamentos actuais vos despertam maior interesse (tanto no espectro nacional como internacional)?
JR: Bom, só posso falar por mim, mas digo-te já que há uma grande diversidade musical na banda. Fazemos rock, sim, mas ouvimos de tudo. No meu caso, a nível nacional tenho gostado muito de Viviane, Sal, Feromona, Nuno prata, Bunnyranch, e lá por fora Gogol Bordello, Superbus, Katerine e muitos outros…
DA: Voltando ao assunto da sonoridade, no vosso MySpace dizem “None. We hate everything.” no campo das influências musicais. Isso é verdade ou “não é bem assim”? Podes dizer a verdade… ;)
JR: Claro que é uma metáfora… Se não fosse toda a história da musica do nosso século e do século passado, não dizíamos o que dizemos, não soávamos como soamos e nem pensávamos como pensamos. Tudo o que é música bem feita e com mensagem, quando se ouve, deixa uma marca. Na sonoridade e na personalidade. Mas o que queremos realçar é que não há uma escravidão nem uma tentativa de colagem a nenhum nome em particular.
DA: Como disseste atrás, Portugal ainda é uma migalha no mundo da música. Como descrevem a situação actual (lastimável, ou nem tanto, a meu ver) do panorama musical português?
JR: Não a acho tão lastimável assim, se a comparares com há dez anos atrás. Começa a haver um interesse na boa musica que se faz, e quem quiser levar avante as suas iniciativas hoje em dia pode consegui-lo. Estão a surgir muitos estúdios e editoras, pode-se lançar um álbum sem muitos custos, e divulgá-lo de forma também bastante fácil e eficaz. Para isso tenho que realçar o tremendo papel da Internet para quem faz e para quem gosta de música. E assim sendo, o que for bom e bem feito sempre terá reconhecimento, porque o publico começa a vir ao encontro das bandas quase tanto como as bandas ao encontro do público. A minha crítica é simplesmente haver poucas salas de espectáculos com condições.
DA: Para concluir, o que diriam a quem pegasse no vosso CD e o colocasse pela primeira vez na aparelhagem?
JR: A parte cinzenta é para baixo. [Risos]
DA: Bem, chegámos ao fim. Agora só tenho a agradecer imenso a tua colaboração e paciência para esta entrevista. Boa sorte para a banda, obrigado e até breve!
JR: Obrigado!
Boas Audições!
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17.6.07
Videoclip: Pedro Abrunhosa - Quem me leva os meus Fantasmas
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16.6.07
14.6.07
Exploring...: The Mad Dogs
Portugueses, como é hábito no 13ª Arte, e, acima de tudo, com muita qualidade: Assim se revela ao país das caravelas uma excelente banda de Rock(abilly) com tendência blues. Só falta mesmo o público português se lembrar deles...
Os "The Mad Dogs" são uma Banda de Rock N' Roll do Porto, nascida em 2004 pela união de 5 elementos apaixonados por uma sonoridade e atitude: o ROCK n’ ROLL. Com temas originais, cantados em Inglês, influenciados no Blues Rock das gerações de 60 e 70, os The Mad Dogs procuram recriar, nas suas músicas e concertos, a atitude cativante e enérgica praticada pelos seus ídolos. Spread The Word....Rock On!!
Segundo o Myspace da banda, as suas infuências vão desde Jack Daniels, The Rolling Stones, Guns N' Roses, The Who, Led Zeppelin, Jimy Hendrix, Iggy Pop and The Stooges, The bark of a dog, The Cream, The Datsuns, Aerosmith a Pearl Jam, AC/DC passando também por Queen, Robert Johnson and the masters of Blues. Tudo bandas excelentes, por isso é que se percebe a qualidade do som dos The Mad Dogs!
Aconselho aos que conhecem e não conhecem, aos que não conhecem e aos que conhecem ;) aconselho uma ladradela ao MySpace da banda para farejar o ganir destes caezinhos!
MySpace: www.myspace.com/themaddogs
Site Oficial: http://www.themaddogs.net/
Uma banda recomendada pelo 13ª Arte!
Boas Audições!
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13.6.07
Vilar de Mouros 2007 Cancelado
A organização do Festival de Vilar de Mouros cancelou esta Quarta-feira a edição deste ano do evento, responsabilizando a Câmara de Caminha pela falta de apoios.
Filipe Guimarães, da Portoeventos, afirmou à Agência Lusa que a anulação foi decidida, em conjunto, pela concessionária do festival e pela Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, após a sistemática falta de resposta da Câmara de Caminha, ao pedido de apoio feito em Dezembro do ano passado.
Para o cartaz da edição 2007 do festival, que iria decorrer entre 20 e 22 de Julho, tinham já sido avançados os concertos de Brian Wilson, Marky Ramone, The Queers, Blasted Mechanism, Super Ratones, The Gift e McAllister.
(Fonte: LUSA)
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Exploring...: The Jills
Não se assustem com a definição de Religious / Swing / Grindcore que a banda tem no MySpace: esta banda vale mesmo a pena ouvir e ao fim de ouvirem isto vão se perguntar porque vem tanta merda da América quando há desta qualidade por aqui... Ladies and Gentlemen, The Jills!
The Jills são do Porto, constituídos por ex-elementos do Rancho Folclórico de Sta. Marinha, V.N.Gaia. Entraram em rota de colisão com a direcção do Rancho, quando tentaram introduzir a toda a força sintetizadores e cavaquinhos eléctricos na sonoridade, e não só. Afirmam-se teimosamente como uma banda de Death Lollypop RocknRoll que piscam um olho ao Neo-Niilismo do Lichtenstein e o outro ao Ultra-Romantismo Romeno. A ideia original era formar a primeira banda Punk Unplugged Portuguesa ao bom estilo de André Sardet. Como não havia dinheiro para comprar guitarras acústicas de qualidade, começaram por tocar com guitarras eléctricas de supermercado com som "limpo"; foi então que, por um mero acaso, alguém se lembrou de accionar a distorção. Deixaram já a garagem há algum tempo (foi aqui há atrasado como dizem eles no Porto) e já vão comprar o pão sozinhos e tudo. Bom, o resto é História, como diria o prof. José Hermano Saraiva.
MySpace c/ download de temas: http://www.myspace.com/thejills999
Blog da banda: thejills.blogspot.com
Boas Audições!
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12.6.07
Exploring...: Anger
No 13ª Arte há lugar para tudo! Já passámos pelo Rock n' Roll, pelo Pop, pelo Folk, Punk Rock, Death Metal e agora voltamos ao Metal, desta vez ao metal sem prefixos ou sufixos, e sim, este também é de Portugal. Os Anger são o exemplo de que em Portugal também se faz bom Metal.
Os Anger formam-se no final de 1994, na cidade de Aveiro. Pedro Pereira na voz e guitarra, Lino Vinagre na guitarra, Tó Viegas no baixo e Afonso Corte-Real na bateria.
O concerto de estreia aconteceu no Verão de 1995, mas foi na segunda actuação, em Outubro desse ano, no já mítico Johnny Guitar, em Lisboa, que se tornou visível que para além da competência técnica, da energia e da qualidade da música, o quarteto aveirense tinha também a protecção dos deuses: depois de assistir à sua prestação, o A&R da NorteSul mostra-se interessado na banda!
É o início de um processo negocial que culmina com a contratação do grupo. O primeiro álbum, homónimo, é editado pelo selo da Valentim de Carvalho em Julho de 1997, antecedido pelo single 'Low Life', mas antes os Anger apanham o seu primeiro banho de multidão com uma actuação na Queima das Fitas de Coimbra.
Nesse mês de Julho, consumada a substituição de Tó Viegas por Ricardo Melo, inicia-se também a tournée de promoção ao disco - a 'Anger Tour' - que os levaria a actuar, entre outros, no Festival Imperial ao Vivo (em abertura de Scorpions e Megadeth), no palco Blitz do Festival Sudoeste, no Festival de Paredes de Coura (com os One Minute Silence), no Festival Rock In Ria ou na primeira parte dos Megadeth no Pavilhão Dramático de Cascais, e que termina com a participação na data portuguesa da tournée europeia dos Clawfinger, a convite dos próprios (e que integrava igualmente os seus já conhecidos O.M.S.), no Via Rápida, no Porto.
Desta 'Anger Tour', o encontro com os One Minute Silence no Festival de Paredes de Coura viria a revelar-se providencial: não só os deu a conhecer aos Clawfinger como lhes abriu as portas para uma primeira tournée europeia, com os norte-americanos D.R.I.. Assim, nos primeiros meses de 1998, os Anger andam a mostrar a sua arte em países como a Holanda, a Bélgica, a França, a Suiça, a Alemanha, a Austria, a Hungria, a Eslovénia, a Itália e a Espanha.
De regresso a Portugal e ainda em 1998, para terminar a promoção de 'Anger', dão 3 espectáculos com os Breed77, actuam na Expo98 e reencontram os seus amigos Clawfinger, em Mira. Mas estava na altura de um novo álbum...
Em Novembro de 1998 os Anger começam a trabalhar no que viria a ser o seu segundo disco, 'Y2K', editado novamente pela NorteSul. Mas antes da edição houve ainda tempo para uma tournée nacional com os Tarântula e para uma segunda tournée europeia, agora como cabeças de cartaz, com os holandeses Vanity Fair, que os levaria, desta vez, a Espanha, Bélgica, Holanda e Alemanha.
Antecedido pelo single 'Look Sharp', o álbum 'Y2K' é finalmente editado em Maio de 1999. Reforçados com a entrada de Luís Silva para os teclados, os Anger iniciam a tournée de promoção ao disco e, até final de 1999, passam, entre outros, pelos palcos do Hard-Club e do Paradise-Garage, pelos Festivais Super Bock Super Rock, T99 (com Metallica e Monster Magnet), Sudoeste ou Hard Fest e abrem para os Megadeth no Coliseu do Porto. O ano é finalmente encerrado com um novo concerto no Hard-Club, em Dezembro.
Em 2000 continuam com os concertos em Portugal, tendo actuado nas Semanas Académicas de Viseu, Aveiro, Portalegre, Guarda e Vila Real e nos Festivais de Vilar de Mouros e de Aveiro, onde se voltariam a cruzar com os Breed77 bem como com os Leadfoot. Entretanto a NorteSul, com quem tinham assinado para 4 álbuns, tem graves problemas financeiros e, em Fevereiro de 2001, grupo e editora decidem a rescisão amigável do contrato que os une. Em Abril desse ano os Anger participam com o tema 'If You Close Your Eyes' para o disco de tributo aos Tarântula, tendo igualmente participado no concerto de homenagem que no Outono juntaria várias bandas no palco do Hard-Club. Mas antes, em Junho, abriam para os Soulfly na Praça Sony, em Lisboa.
Em 2002 os Anger começam seriamente a pensar que está na altura de sair um novo disco. Alternando actuações ao vivo (Semana do Enterro em Aveiro, Festival Hard Fest, Hard-Club, novamente com os Breed77...) com trabalho de estúdio, o grupo elabora uma maqueta com o novo álbum. Com base nessa gravação, já no início de 2003, a editora Cobra interessa-se pela edição do disco e assina os Anger. Gravado em Maio e Junho de 2003 no Area51 Studio, em Hanover, na Alemanha, com Tommy Newton, conhecido pelo seu trabalho com os Guano Apes, 'The Bliss' é editado no fim de Setembro, antecedido pelo single 'Say (What You Wanna)'.
MySpace: http://www.myspace.com/angermusic
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11.6.07
Exploring...: Sirene
Olá leitores! Hoje vou ajudar a alargar os horizontes musicais dos portugueses fãs de um Soft Rock com tendência a Alternative e Pop. Exemplo primo deste género musical, são, em Portugal, os Sirene.
Boas Audições!
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10.6.07
News: Smashing Pumpkins no Alive!07
Os Smashing Pumpkins ressuscitaram na noite de ontem, em mais um espectáculo da banda de Billy Corgan entre nós. E se muitos ontem recordavam o carácter quase mítico da chuva que começou a cair quando Billy cantou, recordando a primeira actuação em palcos nacionais, no mítico Pavilhão de Cascais, outros havia que parecem imunes à criatividade vacilante de Corgan, graças a um percurso errático que se iniciou logo após o fim anunciado dos Pumpkins da primeira geração.
Um aparato cénico suficiente protegia a parte traseira do palco, enquanto Billy, Jimmy Chamberlin e restantes recrutas Smashing exibiam fatos brancos, quase idênticos.'Today' abriu um espectáculo que continuou à cadência de um formato quase de compilação de melhores êxitos da banda de Chicago. 'Rocket', '1979', 'To Sheila', e 'Tonight' continuaram a confirmar que muita da força que permite a Billy continuar vem ainda dos tempos em que James Iha e D'Arcy faziam parte do colectivo. 'Tarantula', o primeiro single de "Zeitgeist", cuja data de lançamento foi devidamente anunciada por Corgan continuou com um espectáculo que foi acontecendo, sem grandes sobressaltos. 'Zero', 'Disarm', ou 'Cherub Rock' deram alguns dos acordes finais de um espectáculo profissional, mas algo incaracterístico, ideal para os fãs mais dedicados, mas estranho para os seguidores mais distraídos.
É difícil descrever, para alguns dos fãs mais circunspectos, o percurso singular de Billy Corgan, desde que a primeira encarnação dos Smashing Pumpkins terminou. "Siamese Dream", "Gish" ou o épico "Mellon Collie & the Infinite Sadness"vão sempre parecer obras eternas, demasiado perfeitas para serem comparados com outros discos feitos por bandas rock. Ao lado destes álbuns, projectos como os Zwan, ou a sua esforçada missão a solo, parecem sempre demasiado difusos no que toca à solidez criativa. As comparações são inevitáveis, e a verdade é que os novos temas de "Zeitgeist"parecem a milhas de distância de todos os que foram criados até ao ano 2000, contudo, tudo permanece nas mãos de Corgan, e isso poderá ou não, continuar a ser um problema.
O terceiro dia do Alive!07 também terá lugar para destaque, amanhã, no 13ª Arte. Fiquem Atentos!
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9.6.07
News: Oeiras Alive!07 dia 8
Foi um começo auspicioso para o Oeiras Alive! 07 – na primeira noite do novo evento musical da Grande Lisboa, o Passeio Marítimo de Algés acolheu vários concertos bem recebidos pelas dezenas de milhares de espectadores que acorreram ao local. Os cabeças de cartaz Linkin Park e Pearl Jam motivaram as maiores enchentes, mas a partir das 20h00, ou seja, do concerto dos Blasted Mechanism em diante, já era complicado circular frente ao palco principal.Com gravilha e areia a servir de pavimento, o espaço do Oeiras Alive divide-se em dois espaços dedicados a concertos (entre ambos vai uma distância de música, música e meia), zona de restauração (com filas proibitivas nas horas de maior aperto estomacal), WCs, tendas de artesanato e algumas instalações artísticas, fazendo (modesto) jus à ideia multidisciplinar do evento. O som esteve à altura do exigido, não comprometendo qualquer dos concertos principais, e o maior problema “logístico” parece ter passado pelo estacionamento, com muitos dos espectadores a terem de deixar a viatura para lá da Torre de Belém.
Quanto aos concertos, não é fácil encontrar um vencedor incontestado para a primeira noite. Aos Blasted Mechanism, a primeira banda grande a subir ao palco principal, coube aquecer o público e provar como o ambiente “live” continua a ser o catalizador perfeito para a música frique e mutante de Sound In Light . O mais recente trabalho do grupo esteve, de resto, em destaque: logo a abrir, o excelente «Battle of Tribes» evidenciou a faceta étnica dos portugueses. O som nítido que os serviu permitiu que, no meio do transe dançante e catártico, a plateia escutasse com pormenor o contributo das percussões e das cordas na poderosa máquina de palco da banda. «Are U Ready?», «Blasted Empire», «Sun Goes Down» e «All the Way» conduziram o concerto em crescendo até à inevitável – e trepidante - «Nadabrovitchka». Tal como em disco, a entrega é indiscutível. Quem está com a banda – e muitos foram os que a saudaram, quer em palco quer na descida dos músicos à plateia – só pode agradecer a comunhão.
Empatia entre público e banda não faltou, também, no concerto dos Linkin Park. Quem tenha pensado que a popularidade dos norte-americanos sairia sacrificada com o ocaso do nu-metal, equivocou-se. Em Oeiras, os autores de «Numb» foram recebidos em braços (literalmente: havia quem tivesse o nome da banda escrito nos membros superiores, ou t-shirts a avisar «eu vim ver LP»). Os fiéis criaram o ambiente ideal para um espectáculo emocional, no qual temas como «Somewhere I Belong», «From The Inside», «Crawling» ou, já no encore, «Faint» foram entoados a uma só voz. Encantados com a recepção, e nitidamente em altura de fazer contas à vida, os Linkin Park foram verdadeiros campeões dos agradecimentos, frisando vezes sem conta a importância do apoio dos fãs nos melhores – e nos piores – momentos.
Empoleiradas nos monitores de palco, as figuras de proa da banda assumiam uma postura quase de heróis da classe operária – do seu género musical, claro. Com Chester Bennington a contorcer-se em cada lamúria gritada e Mike Shinoda a estabelecer a comunicação com os admiradores, sempre com humildade, houve tempo para tudo – até para momentos mais introspectivos e melancólicos, com o sintetizador em primeiro plano.
Se os Linkin Park foram operários fabris na noite de ontem, os Pearl Jam, e muito especialmente Eddie Vedder, vestiram a pele de pai de família. De volta a Portugal menos de um ano após o último concerto por cá, a banda trouxe um alinhamento de best of e muito boa disposição. Vedder foi-se progressivamente libertando e acabou a ler vários pequenos discursos em português, enquanto bebia e fumava. A sequência «Corduroy», «Do the Evolution» e «Worldwide Suicide» serviu de arranque sôfrego ao concerto, mas os melhores momentos surgiriam mais à frente, à medida que o espectáculo ganhava corpo e calor.
«Elderly Woman Behind the Counter at a Small Town», «State of Love and Trust» ou «Even Flow», provavelmente tocada pela milionésima vez mas ainda sem enfado, serviram de prova ao equilíbrio que os Pearl Jam lograram alcançar: o de continuar a ser uma banda de culto, ao mesmo tempo que se tornam “seguros”, institucionais, apelando a uma larga variedade de melómanos e gerações.
Ao longo de duas horas, o “velho amigo” Eddie Vedder dedicou músicas a bebés («Given To Fly») e aos surfistas portugueses («Big Wave»), falou das raízes lusas do teclista havaiano e dirigiu um (escusado) «que se foda» a Madrid, onde tocará hoje. A pose que ficará para a história, deste concerto, será a do cantor de braços cruzados sobre o peito, em forma de reconhecimento. Quanto ao som, apesar do final com «Black», «Keep On Rocking In A Free World» e «Yellow Ledbetter», suspeitamos que o karaoke colectivo de «Better Man» fará as delícias dos coleccionadores de gravações pirata.Ao final da tarde, os americanos The Used conquistaram o público com persistência (o vocalista Bert McCracken incentivou sucessivamente os fãs, quase sempre com a palavra “fuck” e derivados) e várias amostras dos seus três álbuns. Dignos representantes do punk-rock chorão, os autores de Lies for the Liars por pouco não terão borrado o eyeliner, ao ouvir as suas letras serem entoadas com convicção por muitos dos presentes. «On My Own», «Pretty Handsome Awkward» e «Hospital» foram alguns dos momentos de maior partilha.
No palco secundário, a tarde abriu com os Oioai, cujas canções sem grandes requintes ou pormenores convenceram uma tenda quase cheia; Tiago Bettencourt, dos Toranja, ajudou em «E Agora o que É que Eu Vou Fazer». Já os Loto pareceram divertir-se mais do que o respectivo público, pouco receptivo aos convites para pular e dançar. «Celebration», «Back to Discos» ou «We Are», parecendo que não, já ajudam a compor uma setlist bem decente.
À noite, os ingleses The Rakes mostraram filiação na vaga pós-punk, arrancando a melhor reacção com «22 Grand Job», ao passo que os The Sounds se estrearam em Portugal com garra e alguma má sorte. Os suecos debateram-se com alguns problemas sonoros - que levaram a vocalista Maja Ivarsson ao desespero -, mas não deixaram de apresentar um cardápio suculento baseado em canções dos seus dois álbuns de originais. A abertura deu-se com «Living In America» (o single que os deu a conhecer) e, com o turbo ligado, o grupo atirou-se às frenéticas «Song With a Mission», «Dance With Me», «Queen of Apology» e «Painted By Numbers». Maja Ivarsson apresentou-se com o costumeiro casaco de cabedal e uns curtos calções de ganga, experimentando aqui e ali algumas poses mais ousadas.
O Oeiras Alive! 07 prossegue hoje, 9 de Junho, com actuações de Smashing Pumpkins, White Stripes e The Go! Team, entre outros.
(Texto de Lia Pereira)
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8.6.07
Past+Present=Future Tour
O lendário Phil Mendrix, "Hércules da guitarra lusitana" apresenta o seu último CD que dá pelo nome de SOLOS, com este trabalho os limites do virtuoso guitarrista estão em vias de serem ultrapassados. Uma obra onde osritmos de fusão se misturam com as emoções da improvisação instrumental e aparte vocal é constituída por sentimentos expontâneos.
Os curiosos podem sempre dar uma espreitadela ao MySpace do artista...
Concerto recomendado pelo 13ª Arte!
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