mark knopfler no campo pequeno
Se há algo de diferente que Mark Knopfler reflecte em palco, é o facto de ser ele próprio: sem grandes euforias e com uma serenidade autêntica. Num Campo Pequeno lotado e quente, à espera deste senhor da guitarra, até o nome da praça deveria ser adaptado. O concerto começou sem demoras às 21:30 em ponto sem banda de abertura.
O ex-Dire Straits sobe ao palco acompanhado de uma explosão de palmas que aqueciam os ouvidos a quem estivesse lá no meio. Mark arranca os primeiros acordes de Cannibals, e, sempre num estilo calmo e de ambiente de café rock/blues vai fazendo a guitarra chorar em Why Aye Man e What it Is. Segue-se Sailing to Philadelphia, com direito a chuva de aplausos e True Love Will Never Fade, pela primeira vez tocado em Portugal e primeiro tema do último àlbum cria o primeiro momento profundo e ao mesmo tempo romântico da noite, com o público já quente e envolvido com a banda. The Fish and the Bird continua o momento romântico e dá um toque de euforia, juntamente com Hill Farmer's Blues, que preparam o ambiente para a primeira euforia da noite.
Nem é preciso começar a soltar os acordes, quando Knopfler saca da sua National Style 0 Resonator (e mesma da capa de "Brothers in Arms") brilhando por todos os lados da plateia e lugares sentados, o público abafa todo o espaço com aplausos e assobios: chega Romeo and Juliet e se o público já estava dentro do romantismo esta balada clássico veio para soltar as primeiras lágrimas aos mais sensíveis. Então Sultans of Swing foi o orgasmo total, com chuvas de asobios, aplausos e gritos ao fim de cada solo.
Marbletown, Daddy's Gone to Knoxville, Postcards from Paraguay e Speedway at Nazareth vieram mostrar que há Mark Knopfler para além de Dire Straits e que com grandes ritmos se conseguem criar grandes solos com todos os instrumentos presentes e o grande público a desforrar-se em métodos de comunicação eufórica que chegam aos ouvidos de Knopfler pedindo por ainda mais virtuosismo e para vir mais um clássico da melhor banda dos anos 80: Telegraph Road, considerado pelas mais de 8000 pessoas que preenchiam cada cadeira e toda a parte da plateia o momento mais alto da noite, trouxe momentos - longos mas curtos momentos - de virtuosismo, euforia, energia e concentração energética que, em alguns casos, foram despejadas sob a forma de lágrimas ou saltos durante quase um quarto de hora de guitarradas e pianadas.
Os 7 elementos da banda alinham-se e fazem uma vénia no que parecia ser, não a despedida, mas a pausa para o chá. Voltaram em grande com a linda e maravilhosa Brothers in Arms, com telemóveis e isqueiros a luzir, mãos no ar a abanar calmamente de um lado para o outro e um amiente extremamente intenso que provou que todos ali vivemos, realmente, no mesmo mundo (pelo menos até à meia-noite e meia), em que todos cantavam a letra da música e ficavam depois boquiabertos a olhar para a mão esquerda de Mark Knopfler durante aqueles solos.
Our Shangri-La foi a melhor ressaca musical que se pôde alguma vez ter, que também serviu de aperitivo para o que viria a ser a última "bebedeira" da noite: o público já levantado a pensar que era para ir embora lá descobriu que ainda viria mais uma bela surpresa e nem se voltou a sentar. Preferiram acompanhar aos pulos e de luzes brancas bem apontadas para os espectadores a voz do famoso guitarrista a cantarolar: "You're so far away from me", com os braços a agitar no ar desgraçando o campo de visão dos mais pequenos que estavam na plateia.
O concerto acaba então com o típico e sempre magnífico Going Home, aquela sinfonia resumida a 7 "rapazes" que, apesar de já andarem na casa dos 50, conseguiram da um espectáculo que deixaria qualquer pessoa no seu perfeito juízo em estado de êxtase. Felizmente, estávamos todos bem.
O alinhamento do concerto foi o seguinte:
Cannibals
Why Aye Man
What It Is
Sailing to Philadelphia
True Love Will Never Fade
The Fish And The Bird
Hill Farmer's Blues
Romeo & Juliet
Sultans of Swing
Marbletown
Daddy's Gone to Knoxville
Postcards from Paraguay
Speedway at Nazareth
Telegraph Road
______________
Brothers in Arms
Our Shangri-la
So far Away
Going Home
Texto e fotos: David Akired com excepção da segunda foto, tirada por Joost De Raeymaeker.
3 comentários:
Excelente comentário...nele disseste tudo...e mt bem!!
Grande Mark Knopfler! O q eu admiro este homem, pá!!:)
*** Alqui_Ana ***
BOA TARDE
ESCRIBO DENDE ESPAÑA
EU ESTIVE NO CONCERTO TAMÉN
BRIGADO PELAS FOTOS
GOSTARÍA DE COPIAR O TEXTO E AS FOTOS MÁIS NON CONSEGO
PERDOA O MEU PORTUGUÉS, NON É MUNTO BO
oi. estive a ver o teu blog e tá muito fixe. queres adicionar-me à tua lista de links?
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